Domingo – 32º DO TEMPO COMUM
Leitura do primeiro livro dos Reis – Naqueles dias, 10Elias pôs-se a caminho e foi para Sarepta. Ao chegar à porta da cidade, viu uma viúva apanhando lenha. Ele chamou-a e disse: “Por favor, traze-me um pouco de água numa vasilha para eu beber”. 11Quando ela ia buscar água, Elias gritou-lhe: “Por favor, traze-me também um pedaço de pão em tua mão”. 12Ela respondeu: “Pela vida do Senhor, teu Deus, não tenho pão. Só tenho um punhado de farinha numa vasilha e um pouco de azeite na jarra. Eu estava apanhando dois pedaços de lenha, a fim de preparar esse resto para mim e meu filho, para comermos e depois esperar a morte”. 13Elias replicou-lhe: “Não te preocupes! Vai e faze como disseste. Mas, primeiro, prepara-me com isso um pãozinho e traze-o. Depois farás o mesmo para ti e teu filho. 14Porque assim fala o Senhor, Deus de Israel: ‘A vasilha de farinha não acabará, e a jarra de azeite não diminuirá, até o dia em que o Senhor enviar a chuva sobre a face da terra’”. 15A mulher foi e fez como Elias lhe tinha dito. E comeram, ele e ela e sua casa, durante muito tempo. 16A farinha da vasilha não acabou nem diminuiu o óleo da jarra, conforme o que o Senhor tinha dito por intermédio de Elias. – Palavra do Senhor.
Bendize, minha alma, bendize ao Senhor!
- O Senhor é fiel para sempre, / faz justiça aos que são oprimidos; / ele dá alimento aos famintos, / é o Senhor quem liberta os cativos. – R.
- O Senhor abre os olhos aos cegos, † o Senhor faz erguer-se o caído; / o Senhor ama aquele que é justo. / É o Senhor quem protege o estrangeiro, † quem ampara a viúva e o órfão, / mas confunde os caminhos dos maus. – R.
- O Senhor reinará para sempre! † Ó Sião, o teu Deus reinará / para sempre e por todos os séculos! – R.
Leitura da carta aos Hebreus – 24Cristo não entrou num santuário feito por mão humana, imagem do verdadeiro, mas no próprio céu, a fim de comparecer, agora, na presença de Deus, em nosso favor. 25E não foi para se oferecer a si muitas vezes, como o sumo sacerdote que, cada ano, entra no santuário com sangue alheio. 26Porque, se assim fosse, deveria ter sofrido muitas vezes, desde a fundação do mundo. Mas foi agora, na plenitude dos tempos, que, uma vez por todas, ele se manifestou para destruir o pecado pelo sacrifício de si mesmo. 27O destino de todo homem é morrer uma só vez, e depois vem o julgamento. 28Do mesmo modo, também Cristo, oferecido uma vez por todas para tirar os pecados da multidão, aparecerá uma segunda vez, fora do pecado, para salvar aqueles que o esperam. – Palavra do Senhor.
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – [Naquele tempo,] 38Jesus dizia, no seu ensinamento a uma grande multidão: “Tomai cuidado com os doutores da lei! Eles gostam de andar com roupas vistosas, de ser cumprimentados nas praças públicas; 39gostam das primeiras cadeiras nas sinagogas e dos melhores lugares nos banquetes. 40Eles devoram as casas das viúvas, fingindo fazer longas orações. Por isso eles receberão a pior condenação”. [41Jesus estava sentado no templo, diante do cofre das esmolas, e observava como a multidão depositava suas moedas no cofre. Muitos ricos depositavam grandes quantias. 42Então chegou uma pobre viúva que deu duas pequenas moedas, que não valiam quase nada. 43Jesus chamou os discípulos e disse: “Em verdade vos digo, esta pobre viúva deu mais do que todos os outros que ofereceram esmolas. 44Todos deram do que tinham de sobra, enquanto ela, na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver”.] – Palavra da salvação.
Jesus no templo critica os escribas, os mestres da Lei, que pela exibição e autopromoção, cobiçam sempre os primeiros lugares que lhes deem visibilidade. Diante do tesouro do templo – ponto nevrálgico onde se praticava exploração – Jesus observa o comportamento dos ricos e dos pobres nas suas doações. Ele não é um alienado que vive no mundo da lua, está bem atento ao que acontece em sua volta. A insignificante oferta da viúva pobre chamou a atenção do Mestre, que a apresenta como símbolo de generosidade: ela doou tudo o que possuía para viver. Segundo Jesus, o “pouco do pobre vale mais que o muito do rico”. Dar “esmola” do supérfluo não tem o valor da “generosidade” do pobre, que se doa a si mesmo. Não estaria Jesus fazendo também certa crítica à exploração dos pobres que acontece até no caminho da fé? Em nome da religião e da fé, muitos pobres podem estar sendo sugados de suas poucas economias. Isso pode acontecer até na comunidade cristã, como em toda a sociedade, quando os políticos e governantes, com suas manobras, enquanto são “generosos” com os ricos, acabam onerando os pobres e trabalhadores.