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Artigos › 11/05/2018

Assumir para valer a vida dos pobres

Os graves problemas sociais do mundo teriam sido superados se os “Objetivos do Milênio”, decididos, conjuntamente, por 191 nações, no ano 2000, tivessem sido implementados. Eram oito objetivos: acabar com a fome e a miséria; educação básica de qualidade para todos; igualdade de direitos entre sexos e autonomia das mulheres; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde das gestantes; combater a aids, a malária e outras doenças; sustentabilidade ambiental; e parceria mundial pelo desenvolvimento.

Novos compromissos foram feitos em 2015: “Nós resolvemos, entre agora e 2030, acabar com a pobreza e a fome em todos os lugares; combater as desigualdades nos e entre países; construir sociedades pacíficas, justas e inclusivas; proteger os direitos humanos e promover a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres e meninas; e assegurar a proteção duradoura do planeta e seus recursos naturais. Resolvemos também criar condições para um crescimento inclusivo e economicamente sustentado, prosperidade compartilhada e trabalho decente para todos”.

Essa declaração dos Chefes de Estado de 169 nações, incluindo o Brasil, conhecida como “Agenda 2030”, poderá ter novamente, poucos efeitos, fazendo jus ao ditado popular: “de boas intenções o inferno está cheio”. O Brasil, apesar de ter avançado nos primeiros quinze anos deste novo milênio, na direção de um pais socialmente sustentável, passa agora, por momentos dramáticos, camuflados pela grande mídia, no estilo até mesmo de fake news (falsas notícias).

Governantes, indivíduos e grupos inescrupulosos utilizam poderes midiáticos para manipular consciências, incidindo de modo negativo na vida política. Por isso, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em sua mensagem de 17 de abril deste ano, em sintonia com a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, celebrado este ano, no dia 13 de maio, alerta “para o cuidado com fake news já presentes nesse período pré-eleitoral, com tendência a se proliferarem, em ocasião das eleições, causando graves prejuízos à democracia”.

Esses problemas desafiam todas as pessoas de bem, particularmente os cristãos, a quem Cristo confiou a missão de expandir seu Reino de justiça. Esses desafios necessitam ser tomados em conta, de modo especial na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que se realiza este ano entre 13 e 20 de maio, com o lema: “A mão de Deus nos une e liberta” (Ex 15,1-21).

Conforme o Livro do Êxodo, os hebreus, escravos no Egito, estimulados pela fé, se uniram, se organizaram, conquistaram sua libertação e construíram um sistema social solidário. Cristo, inspirador de nossa fé libertadora, nos estimula, hoje, a atuar de modo igualmente organizado, para que as intencionalidades políticas positivas, tais quais expressas na “Agenda 2030”, sejam realmente implementadas, não dependendo, portanto, de governantes hipócritas.

A advertência de Cristo a respeito dos “mestres da Lei e fariseus” é válida, então, com relação a muitos governantes e líderes políticos fingidos: “eles falam e não praticam” (Mt 23,3). Cristo nos alerta a tomar cuidado com essas falsas lideranças (cf. Lc 12,1). Tomemos cuidado sobretudo nas eleições, unindo-nos ao Papa Francisco que, em sua Exortação Apostólica Alegria do Evangelho, nº 205, suplica a Deus por políticos que assumam pra valer a vida dos pobres.

Por Dom Reginaldo Andrietta – Bispo de Jales

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