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A Voz do Pastor › 09/07/2018

Liturgia da Palavra: O que é o Hino em nossa Igreja.

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Olá amigos e amigas internautas
Que alegria é ter vocês aqui comigo nesta reflexão semanal, que fazemos da nossa sagrada Liturgia.

Como estamos meditando sobre o Hino do Glória, vamos refletir sobre O QUE É UM HINO.

Hino são cânticos da Igreja primitiva e se inspiravam no contexto dos salmos. Pertencem a esse grupo os cânticos do Antigo Testamento. Os mais importantes são os mencionados no Evangelho de Lucas: Bendito seja … (o cântico de Zacarias – Lc 1, 68-79); Minha alma engrandece… (o cântico de Maria – Lc 1, 46-55); Deixai agora (o cân-tico de Simeão – Lc 2, 29-32).

Estes cânticos estão na Liturgia das Horas: “Benedictus” (de Simeão), nas Laudes (oração da manhã); “Magnificat” (de Maria), nas Vésperas (oração da tarde); “Nunc dimíttis” (de Simeão), nas Completas (oração da noite).

Acrescentam-se outros semelhantes nas cartas de Paulo e no Apocalipse. Por exemplo, o hino da carta aos filipenses (Filipenses 2, 6-11).

Dentre os hinos da Igreja primitiva, o Glória, que é um hino não bíblico, entrou no Ordinário da Missa. Também o Te Deum (A vós, ó Deus) alcançou importância.

A partir do século IV são denominados hinos os cânticos cujos textos estão divididos em estrofes.

Temos uma bela explicação dada por Santo Agostino, no seu comentário aos salmos (enarrationes in psalmos), quando comenta o salmo 148, no número 17 diz:

“Sabem o que é um hino?
É um canto com louvor a Deus.
Se você louva a Deus e não canta, não diz um hino.
Se você canta e não louva Deus, não diz um hino.
Se louva algo que não pertence ao louvor de Deus, ainda que louve cantando, não diz um hino.
O hino, por conseguinte, consta de três coisas:
do canto, do louvor e de que este seja dirigido a Deus.
Portanto, denomina-se hino o louvor de Deus cantado.
Que o clímax musical acompanhe o clímax textual”

Qual a distinção entre Salmos e Hinos?

Em um comentário patrístico (Santos Padres – 1ºs. escritores da Teologia da Igreja) ao Salmo 118 faz-se a seguinte distinção entre salmo e hino: “pertence aos homens cantar salmos; cantar hinos, pelo contrário, é próprio dos anjos e daqueles que levam vida angélica”.

Para os Santos Padres o hino é superior ao salmo. O hino é considerado como o símbolo de uma vida superior, de um conhecimento mais elevado das coisas celestes. Cantar hinos é a vida dos anjos.

Dizia São Crisóstomo: “Ensinai a vossos filhos estes salmos que estão cheios de uma divina filosofia. Os salmos contêm toda a ciência. Os hinos, de sua parte, não contêm nada de terreno: quando a criança tiver aprendido os salmos, então estudará também os hinos, como coisa mais próxima a Deus. As potestades superiores não salmodiam, mas cantam hinos”.

Não é fácil encontrar um fundamento real para esta distinção. Poderia se pensar que o salmo, cantado responsorialmente, tenha feito ver, no “refrão” intermitentemente repetido pelo povo, a imagem de um louvor descontínuo e como por saltos, o que propriamente correspondia à pessoa humana em seu peregrinar terreno; os hinos seriam, pelo contrário, cantados de forma contínua e coral, para que neles se pudessem ver o símbolo de um louvor contínuo e incessante, próprio dos anjos e dos que levam vida angélica.

Talvez a diferença esteja na interpretação dada aos instrumentos musicais.

Salmo: significa relação, segundo os santos Padres, com a vida prática e com as ações corporais;
Hino: conecta-se imediatamente com uma vida superior, com a contemplação.

Até mais…

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